domingo, 14 de junho de 2009

O tiro que trás a vida.

O ano de 2000 foi de fato um tiro certeiro que mudou minha vida por completo. Uma adolescência vivida nas montanhas mesmo ainda sem estar ciente de praticar a atividade chamada de montanhismo, trilhar montanhas, curtir as sensações da natureza, foi de fato a porta de entrada no universo da escalada.
E nesse caminho, o desenvolvimento das habilidades e técnicas que exige esse esporte, foi de grande importância para infiltrar no desconhecido com segurança. Procuras em revistas, em sites, em livros e até perguntando para os mais experientes amigos, formou um breve conhecimento e uma porta aberta para as possibilidades. E nesses quase nove anos de muitos desafios, muitas amizades, muitas vitórias e muitas derrotas, formou e aprimorou a certeza de viver montanhismo, o amor e dedicação a cada dia, marcou uma grande vida.
O autoconhecimento que esse esporte proporciona, é sem dúvida o objetivo principal, poderia ser as cadenas, os cumes e tal, mas o processo que este se encontra, é de fato o tiro que me viciou.
Dentre esse tempo de dedicação a essa espírito, muitos locais foram sendo visitados, com isso, muitas amizades marcaram essa ação de viver, e nesse lugares, o Campo Escola 2000 na floresta da tijuca é o favorito, a energia que esse lugar flui causa muita alegria, a cada dia novos aprendizados são descobertos, a cada segundo que passa naquele lugar é como o infinito expandido na alma, é estar uno ao universo, de fato a espiritualidade desenvolve naquele lugar, o espírito da escalada mora lá, e em todo lugar que faça sentir mais vivo.
Quando se está em contato com o desconhecido, tudo se torna mais vivo, os sentidos a flor da pele liberando adrenalina exige mais cautela, a respiração ofegante controla os impulsos, o momento de decisão quebra a barreira do bloqueio que antes impossível se transforma em delírio, as forças da natureza exigindo cálculos imediatos a fim de administrar toda a empreitada, tudo isso pode se resultar em cadenas, cumes e todos os fins que tiver.
Hoje entendo, hoje estou montanhista, olho de pedra, olho na pedra, de olho na escalada, sempre dando uma observada, vejo tudo na vida, olho além do nada, se sou Daniel Olho é porque olho pela beirada.
Dedico essa reflexão a todos meus amigos e a todos que procuram algo que lhe faça sentir mais vivo. Que todos descubram a sua felicidade e seja feliz por toda a sua eternidade.
Namastê

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